quinta-feira, 3 de maio de 2012

Miragem ou...?

Num dia de sol bem quente voltávamos da escola eu e meu irmão. Como era costume vínhamos pela estrada de terra batida até o ponto em que a saída para o sítio onde morávamos era um cruzamento com a linha férrea. Aquela passagem de nível que tinha dos dois lados uma placa com os dizeres: pare, olhe, escute.
Apesar dessa advertência quase ninguém atentava para isso. O trem passava por ali em horários bem distantes um de outro e seria necessário ser bem surdo para não ouvir o seu ruido ao se aproximar. Apitava sempre a quinhentos metros da passagem, pois havia uma placa com esse aviso a tal distância.
Nessa passagem de nível seguíamos pela linha do trem por uma distância de oitocentos metros, onde pegávamos uma trilhazinha beirando a divisa de dois sítios para chegar em nossa casa.
Havíamos andado uns trezentos metros e um de nós olhou para trás e viu algo como um casal conhecido nosso a andar um de cada lado dos trilhos do trem e como que carregando um dormente levantado acima das suas cabeças, mantendo-o erguido com os dois braços levantados e pendente dessa peça era arrastado algo que na distância nos parecia um trilho de trem. Era estranho porque um dormente era pesado e um trilho de trem mais pesado ainda e aquele casal que nos parecia não era lá muito forte a tal ponto.
Intrigou e nos entreolhamos e comentamos algo que não me lembro. Ao olharmos novamente não vimos mais nada. Que seria?
Pernas pra que as queremos? Saimos numa desabalada carreira e nem sequer olhávamos para trás. Nunca comentamos nada com ninguém e nunca me saiu aquilo da memória. Uma ilusão de ótica talvez... uma miragem... mas... a dois!
Sei lá! Ficou lá no passado. Nos idos de 1946...

Nenhum comentário:

Pandemia e pandemônio

Já faz um tempino que não coloco nada no meu blog. Preciso dar uma arualizada nele. Mas agora eu fico até "aperriado" devido a ...