segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Uma postagem especial na véspera do aniversário dela


Eu encontrei isto no blog da Liliam e me tocou a alma e o coração. Ver aí o que se passa no coração da irmã após a partida do irmão de uma maneira tão inesperada.
Sou pai dos dois e cala fundo na minha alma e me emociona ao ler estas suas palavras espontâneas e sinceras.
Há momentos em que a gente não entende bem os filhos, mas em situações essas parece que Deus põe no nosso coração o entendimento e as arestas se abrandam.
Essa filha é o que me resta e quem é que diz que eu não tenho preocupações com a vida dela? Como qualquer pai que ama seus filhos, eu tenho até ciúmes.
 Abaixo, eu  transcrevo a íntegra da postagem que ela colocou após o falecimento do irmão. Note que a foto eu troquei para não ficar uma cópia idêntica, porém o texto é o original, apenas ficando com a formatação que eu uso.

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Nunca pensávamos....
Meus dois filhos

Desculpem o desabafo, mas não posso deixar de falar sobre ele... 
Um cara que nasceu em 62 e que em 73 aguardava ansiosamente minha mãe de volta da maternidade, e que chorou muito porque o bebê não veio de imediato pra casa (eu - que fiquei no hospital por conta da icterícia). 
Que ajudava minha mãe a passar minhas fraldas (que não eram descartáveis), que vivia escovando meus cabelos pra ficarem sedosos, que fazia questão que eu lesse os milhares (quase isso) de gibis que comprava, que adorava música e me incentivou muito a tocar e a estudar, que trazia os amigos aqui pra uma sessão de tortura quando eu estava apenas ensaiando os primeiros passos na música (coitados, eu tinha uns 10 anos e eles em torno de 20...). 
Que se preocupava sempre em comprar um brinquedo que eu quisesse quando garota. Que já adulto ainda tinha seus brinquedos, como o autorama e o trenzinho, os cds, os dvds. Que adorava marketing, que adorava novidades. Que adorava indicar filmes que tinha achado legais. 
Que me cobrava sempre o fato de eu não tocar mais (tá traumatizada?!?!) Que me cobrava o fato de eu não dirigir (sem comentários....), que vivia a perguntar por que eu não me transferia para Guarulhos (bom, pelo menos isso eu fiz - trabalhei meus primeiro 18 anos em São Paulo, mesmo vivendo aqui desde criança). Que perguntava por que eu comprava tantas coisas para Scrapbooking (porque eu gosto...) e se eu gostava tanto, por que eu não passava a produzir algo para ganhar dinheiro (porque as coisas não são bem assim, como nós queremos). 
E justamente porque as coisas não são como nós queremos, elas são como Deus quer, ele voltou a viver conosco aqui em casa, depois de ter saído para se casar há 26 anos, depois de ter se separado e ter deixado São Paulo para viver em São Jose dos Campos e posteriormente, Curitiba. Foi um alívio para nós tê-lo de volta, pois sabíamos que as coisas não iam bem onde ele estava. Algo nos preocupava, mas nem sonhávamos com a dimensão do acontecido na madrugada/dia 19/08/2011. 
Um aneurisma na aorta levou meu irmão de nós, sem dar um sinal anterior de mal estar. 
Nenhuma palavra sequer sobre a dor. Sofreu e morreu em silêncio.
Então, meu irmão querido, muito obrigada por ter estado junto a nós
- Obrigada por passar minhas fraldas e pentear meus cabelos; 
- Obrigada por todos os brinquedos que você se preocupou em dar pra mim.
- Obrigada por inundar nossa casa com tantas informações desde sempre (livros, discos, amigos, alegria)
- Obrigada inclusive pelas críticas, desde pequena, que no fundo me tornaram uma pessoa melhor;
- Obrigada por ter vindo antes de mim, e de alguma forma ter aberto caminhos, o que eu teria dificuldades de fazer sozinha;
- Obrigada por compartilhar seus momentos de alegria comigo, com o pai e com a mãe, ao ver seus filhos realizando sonhos. Desde as apresentações do Guilherme até as realizações do Paulo na agência...
- Obrigada por ter me dado dois sobrinhos dos quais eu me orgulho demais, e uma cunhada que mesmo hoje de longe cumpriu um papel de extrema dignidade e bonança com você e conosco.
- Obrigada por trazer alegria à nossa casa quando vc chegava com os meninos buzinando sem parar na porta da garagem para nossos almoços de domingo ou feriados. É desses dias felizes que eu o pai e a mãe queremos nos lembrar sempre.
- Obrigada pelos dias junto a nós esse ano, pouca coisa me deixou tão feliz como te ver chegando aqui em casa com a malinha, mesmo sabendo que não era em defitinivo. Só pensei que conseguiríamos conversar muito mais. Você, o irmão de quem eu sempre me orgulhei e sempre terei no coração com todo o amor.
Um dia eu te encontro pra gente conversar, muito, muito mais. Deus há de permitir. 


Pandemia e pandemônio

Já faz um tempino que não coloco nada no meu blog. Preciso dar uma arualizada nele. Mas agora eu fico até "aperriado" devido a ...