domingo, 20 de outubro de 2013

Na janela do tempo

Quando eu estava no ginásio a vida era um tanto difícil. Eu dormia mal. Alimentava-me mal. Saia de casa com o café da manhã, que eu tinha de tomar antes das seis para dar tempo de estar na escola às sete e meia. Nos dias que tinha cinco aulas ficava na escola até meio dia e meia. Chegava em cas de volta já por volta de duas da tarde e já com uma bela dor de cabeça.
Sol quente e quase seis horas sem comer - eu não levava nem ao menos um lanche para comer nos intervalos de aulas. Almoçava alguma coisa já quase sem vontade e passava a mão numa enxada e partia pra roça, onde estava meu pai trabalhando. Mesmo que fosse para fazer nada eu tinha de ir.
Dois dias por semana tinha aulas de educação física. Aí eu comia na casa da madrinha de meu pai, onde eu deixava o meu cavalo no quintal dos fundos. Aí eu só chegava em casa à noite, pois as aulas eram pelas 4 da tarde.
As lições de casa era só à noite, depois de jantar, que eu podia fazer, à luz de uma lamparina que me enegrecia as narinas com a fuligem. Aquilo me dava um desânimo total e eu me tornava dispersivo. Não conseguia me concentrar para assimilar as aulas. Tinha matérias que eu não conseguia entender. Matemática e História eram as principais. Lembro-me de um dia em que eu não consegui fazer uns exercícios de matemática e a professora, como castigo me mandou resolver 75 problemas de um livrinho do Jácomo Stávale. Dormi em cima do livro e dos cadernos. Consequência? Nota do mês, que já era baixa, dividida por dois. E nem se interessava em saber o porquê.
Em História Geral tinha como professor um padre. Imagina o tema que ele insistia mais em debater. As reformas lá com Lutero, Calvino, Urlico Zwinglio e outros caras mais. Mandou-me fazer uma dissertação sobre Lutero. Fiz. Sabe que nota tirei? 1 e meio. Para ele estava péssima.
Não sei como consegui chegar à quarta série sem repetir um ano. Desanimei-me de vez que não pensava mais em estudar nunca mais. Não era por falta de vontade de conhecer as coisas, mas nessas condições era "pedreira".
Só voltei a estudar depois de vinte anos, fora uns cursos técnicos rápidos de tornearia mecânica que fiz sem conclusão, quando entrei no Colegial para fazer um curso de eletrônica para poder aumentar um pouquinho o meu salário onde trabalhava.
Hoje estou aqui. Felizmente não fiquei sem nenhum pedaço por ter trabalhado no tempo da escola - hoje não poderia! Ah! Não!

domingo, 13 de outubro de 2013

A sabedoria do passado

(Texto guardado em meus arquivos há algum tempo - Não tenho a referência do autor)

Na fila do supermercado, o caixa diz a uma senhora idosa:
- A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigáveis com o ambiente.
A senhora pediu desculpas e disse:
 - Não havia essa onda verde no meu tempo.
O empregado respondeu:
 - Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com o nosso ambiente.
- Você está certo - responde a velha senhora - nossa geração não se preocupou adequadamente com o ambiente.
- Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.
Realmente não nos preocupamos com o ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhávamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.
Nós não nos preocupávamos com o ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.
Mas é verdade: não havia preocupação com o ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?
Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plástico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar.
Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.
Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos.
Canetas: recarregávamos com tinta tantas vezes ao invés de comprar outra. Amolávamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte.
Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.
Então, não é risível que a atual geração fale tanto em "meio ambiente", mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?
Agora que você já leu o desabafo, envie para os seus amigos que têm mais de 50 anos de idade , e para os merdas que tem tudo nas mãos e só sabem criticar os mais velhos

terça-feira, 23 de julho de 2013

No compasso de espera

Após anos de luta e discursos insistentes, o Senador Paulo Paim viu coroada de êxito a sua proposição de atualização dos valores das aposentadorias de quem ganha acima de um salário mínimo. Foi aprovado no Senado o seu projeto de lei, que foi encaminhado à Câmara dos deputados em 2 de dezembro de 2008.
Desde então foi esquecido o projeto ( PL 4434/2008 ) na gaveta do presidente da casa. Insistentemente deputados fazem requerimentos para que o mesmo seja colocado na ordem do dia sem que nenhum desses requerimentos seja atendido.
Infelizmente não interessa ao governo, pois isso levaria a Previdência a arcar com mais despesas e é a contilena de sempre a dizer que a Previdência vai quebrar e que a Previdência não tem dinheiro e coisas dessa ordem.
Enquanto isso, como que por mágica aparece dinheiro para construir grandes estádios de futebol, para satisfazer as exigências da FIFA, a consumir bilhões do erário público, praticamente a fundo perdido, pois esses elefantes brancos ficarão muitos deles inúteis neste país de miseráveis.
Será que algum dia esse partido maldito que se apossou do governo vai se conscientizar do mal que causa à nação? Tenho muitas dúvidas e não sei o que será das gerações futuras deste país.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

A caminhar para a frente

É de estarrecer parar para pensar na política daqueles que conduzem o nosso país.
Vemos um executivo que age como se fosse uma ditadura. Busca por toda maneira impor as suas idéias e seus caprichos como se fosse um regime ditatorial. É a vontade do partido e pronto.
Vemos um legislativo dominado pelo partido e seus "aliados" a enrolar o tempo todo, a consumir o erário público como se o povo não existisse. Deitam e rolam nas suas prerrogativas de cidadãos privilegiados que se apossaram do poder para parasitar a nação.
Vemos um judiciário atado por leis estúpidas e que nunca mudam, impossibilitado de fazer o que lhe é atribuição: justiça.
Vemos um povo carneirinho cercado por uma alcatéia de lobos vorazes a impedir que o país caminhe em direção ao desenvolvimento real e verdadeiro.
Urge que o povo aprenda a votar e nas eleições que vêm por aí faça uma substituição geral e profunda desses gatunos safados que mamam nas tetas do poder. Infelizmente o povo não sabe votar. Dá o seu voto em troca de favores deste ou daquele e pensa que é muito esperto e se ferra depois nas consequências do seu ato.
Enquanto não houver uma mudança geral dos nossos políticos não adiantarão as manifestações de rua porque elas não fazem nenhum efeito sobre essa corja que aí está.
Um ou outro que parecem trabalhar honestamente é encoberto e levado de roldão pela horda de canalhas que domina a situação.
Só esperamos que o povo acorde ainda a tempo de mudar isso tudo - coisa difícil de acontecer.

domingo, 23 de junho de 2013

Espiritualidade

Eu não sei dizer de onde eu copiei o texto que se segue mas eu o acho bem oportuno e interessante, pois dá uma orientação ao pensamento e à alma humana.
"A Evolução dos Espíritos
No tocante às qualidades íntimas, os Espíritos são de diferentes ordens, ou graus, pelos quais vão passando sucessivamente, à medida que se purificam. Com relação ao estado em que se acham, podem ser: encarnados, isto é, ligados a um corpo; errantes, isto é, sem corpo material e aguardando nova encarnação para se melhorarem; Espíritos puros, isto é, perfeitos não precisando mais de encarnação.
Na erraticidade, os Espíritos estudam e procuram meios de elevar-se. Vêem, observam o que ocorre nos lugares aonde vão; ouvem os discursos dos homens doutos e os conselhos dos Espíritos mais elevados e tudo isso lhes incute ideias que antes não tinham.
O Espírito progride e pode melhorar-se muito, tais sejam a vontade e o desejo que tenha de consegui-lo. Todavia, na existência corporal é que põe em prática as ideias que adquiriu.
A curta duração da vida da criança pode representar, para o Espírito que a animava, o complemento de existência precedentemente interrompida antes do momento em que devera terminar, e sua morte, também, não raro, constitui provação ou expiação para os pais.
Síntese do Assunto:
Separado do corpo físico, pela desencarnação, o Espírito, na maioria das vezes, reencarna depois de intervalos mais ou menos longos. Esses intervalos podem durar de algumas horas a alguns milhares de séculos, não existindo, neste sentido, limite determinado. Podem prolongar-se por muito tempo, mas nunca são perpétuos. Nesses intervalos, fica no estado de Espírito errante, estado em que espera nova reencarnação, aspirando a novo destino.
O fato de estar desencarnado, porém, não coloca o Espírito, obrigatoriamente, na condição de errante. Errante só o é o que necessita de nova encarnação para melhorar-se. O Espírito que não precisa mais encarnar já está no estado de Espírito puro. Assim, quanto ao estado em que se encontrem, os Espíritos podem ser: 1) encarnados, que estão ligados a um corpo físico; 2) errantes, que estão aguardando nova encarnação; e, 3) puros, que estão desligados da matéria e sem necessidade de nova encarnação, já que chegaram à perfeição.
Convém destacar que o estado de erraticidade não é, por si só, sinal de inferioridade dos Espíritos, uma vez que há Espíritos errantes de todos os graus. A reencarnação é um estado transitório, já que o estado normal é quando está liberto da matéria.
Nesse estado de erraticidade, os espíritos não ficam inertes: estudam, observam, buscam informações que lhes enriqueçam o conhecimento das coisas, procurando o melhor meio de se elevarem. Como observa Léon Denis: “O ensino dos Espíritos sobre a vida de além-túmulo faz-nos saber que no espaço não há lugar algum destinado à contemplação estéril, à beatitude ociosa. Todas as regiões do espaço estão povoadas por Espíritos laboriosos”.
Assim, na condição de errante, o Espírito pode melhorar-se muito, conquistando novos conhecimentos, dependendo isso, naturalmente, de sua maior ou menor vontade. Todavia, será na condição de espírito encarnado que terá oportunidade de colocar em pratica as idéias quem adquiriu e realizar, efetivamente, o progresso que está buscando.
Gabriel Delanne nos lembra: “Os Espíritos são os próprios construtores do seu futuro conforme o ensino do Cristo: A cada um segundo as suas obras. Todo Espírito que ficar demorado em seu progresso somente de si próprio deverá queixar-se, do mesmo modo que aquele que se adiantar tem todo o mérito do seu procedimento: a felicidade que ele conquistou tem por esse fato mais valor aos seus olhos”.
A vida normal do Espírito efetua-se no espaço, mas a encarnação opera-se numa das terras que povoam o infinito; esta é necessária ao seu duplo progresso, moral e intelectual: ao progresso intelectual pela atividade que ele é obrigado a desenvolver no trabalho; ao progresso moral, pela necessidade que os homens têm uns dos outros. A vida social é a pedra de toque das boas ou das más qualidades.
Como explicar, entretanto, a situação da criança cuja vida material se interrompe? E por que esse fato ocorre?
Tal acontece com o de um adulto, o Espírito de uma criança que morre em tenra idade volta ao mundo dos Espíritos. E, às vezes, é bem mais adiantado e bem mais experiente que o de um adulto, já que pode ter progredido em encarnações passadas.
A curta duração da vida da criança pode representar, para o Espírito que a animava, o complemento de existência precedentemente interrompida antes do momento em que devera terminar, e sua morte, também não raro, constitui provação ou expiação para os pais.
O Espírito cuja existência se interrompeu no período da infância recomeça uma nova existência. Se uma única existência tivesse o homem e se, extinguindo-se-lhe ela, sua sorte ficasse decidida para a eternidade, qual seria o mérito de metade do gênero humano, da que morre na infância, para gozar, sem esforços, da felicidade eterna e com que direito se acharia isenta das condições, às vezes tão duras, a que se vê submetida a outra metade? Semelhante ordem de coisas não corresponderia à justiça de Deus. Com a reencarnação, a igualdade é real para todos.
Com a experiência vivida pelo Espírito da criança, os seus pais são também provados em sua compreensão para com a vida ou, então, resgatam débitos que assumiram no passado.
Compreendemos, assim que “O Universo inteiro evolui. Como os mundos, os Espíritos prosseguem seu curso eterno, arrastados para um estado superior, entregues a ocupações diversas. Progressos a realizar, ciência a adquirir, dor a sufocar, remorsos a acalmar, amor, expiação, devotamento, sacrifício, todas essas forças, todas essas coisas os estimulam, os aguilhoam, os precipitam na obra; e, nessa imensidade sem limites, reinam incessantemente o movimento e a vida. A imobilidade e a inação é o retrocesso, é a morte. Sob o impulso da grande lei, seres e mundos, almas e sóis, tudo gravita e move-se na órbita gigantesca traçada pela vontade divina".

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Isto postei no Facebook


É triste ver a realidade do nosso Brasil na mão desses políticos corruptos que temos e que o povo estupidamente continua reelegendo para nos governar.
Começando com o Palácio do Planalto com um governo incompetente e que só quer fazer média com os outros países e a seachar que é o melhor governo do mundo com os seus "slogans"  esdruxulos a querer convencer a todos ser o bom.
Vemos um Senado da República quase inoperante, com discursos de um ou outro senador que não seja para elogiar um ao outro e a gastar o termo Vossa Excelência para bajular. Há alguns senadores que efetivamente trabalham. Não citarei nomes porque não tenho cor política ou partidária, mas há os que eu respeito.
A Câmara dos Deputados é outra lástima. Não se vê na prática nenhum projeto em discussão para benefício da população. E não é pela falta deles. Há projetos engavetados por anos e anos a fio.
Enfim. Câmara e Senado formam o nosso congresso praticamente inativo. "Trabalham" apenas de terça a quinta feiras para discutir e fazer discursos que não levam a nada. Para os salários que ganham deveriam trabalhar a semana completa e seria pouco ainda.
Agora mesmo muitos já se consideram em recesso, pois vão para suas ditas "bases" para lá aparecerem e serem vistos como populares a visar já as próximas eleiçoes. E o que é pior: não perdem um único centavo dos salários.
Por essas eu acho que ninguém deveria poder exercer mais que dois mandatos consecutivos e não poder ser candidato antes de outras duas legislaturas. Quem sabe assim não haveria essa perpetuação de elementos que parecem ser perenes nas duas casas.
Talvez aí o nosso grande Brasil se tornaria outro e melhor visto lá fora do que já é há muito tempo.

sábado, 1 de junho de 2013

Eco! Responda, por amor de Deus!

A caminhar pela estrada da existência – já próximo de chegar ao fim – damos uma parada e nos encostamos de um lado para ver a paisagem. Procuramos nos abrigar do sol escaldante à sombra de uma árvore. Mas... cadê a árvore? Deram-lhe um fim.
Como tantas outras, foram destruidas todas. O ser inconsequente chamado homem está a escalpelar a terra para satisfazer a sua ganância e não repõe aquilo que dela rouba. Sim. Rouba. Pois a natureza não é propriedade sua. Sómente de Deus, que a criou.
E vejo, até onde os olhos enxergam, no limite do horizonte, o resultado dessa maldade. Onde havia florestas hoje há solo degradado. Aqui e ali uma pequenina mancha de verde como que a gritar por socorro, a pedir que não sejam extintas.
Que triste – mesmo macabra – visão é essa. O desespero me toma a alma e um grito de angústia parte da minha garganta como se alguém me quisesse estrangular e percorre os vales sem encontrar eco. Pois não há eco e todos estão surdos aos gritos da sensatez.
Será que ainda vai ter salvação?

terça-feira, 7 de maio de 2013

Revendo um acontecimento desagradável

Neste ano que passou a vida nos deu um inesperado golpe. O nosso filho, que estava conosco desde o início do mês de abril, quando decidiu se separar da mulher com a qual vivia já havia quase uns dez anos, faleceu repentinamente na noite do dia 18 para 19 de agosto [2011].
Ele fora para o quarto, onde pensávamos que iria dormir e fechou a porta pelo lado de dentro, e lá ficou com um notebook que ele tinha a conversar pela internet.
No dia seguinte, já por mais de 9:30h, o telefone tocou e era um recado da dentista para avisar da transferência de horário de uma consulta que ele tinha. A mãe atendeu ao telefone e chamou-o, sem obter resposta. Insistiu em chamar e, como não havia qualquer sinal de resposta, ficamos todos alarmados. Eu então pedi ajuda dos bombeiros, mas os policiais me mandaram que arrombasse a porta, pois era necessário ver o que estava ocorrendo.
Depois de algum tempo eu consegui quebrar a porta para abrir o quarto. Ele estava debruçado sobre a cama com o rosto apoiado numa pilha de travesseiros que ele havia preparado para se encostar ao sentar-se na cama. Notava-se que ele se sentira mal e tentou se levantar, o que não conseguiu. Estava com os joelhos no chão e com os dois braços como que forçando para se levantar e ali terminou sua vida.
No laudo do IML foi descrito que sua morte se deu por tamponamento cardíaco e um consequente aneurisma da aorta, com rompimento no pericárdio, que veio a derramar o sangue na caixa torácica.
Enfim Deus o levou com 48 anos de idade.
Ele andava muito preocupado por haver perdido o emprego e estava aguardando ansiosamente para conseguir outro. Essas preocupações e o desentendimento com a mulher com a qual vivia aceleraram o processo de deterioração do seu organismo - e que ele não sabia, pois não se cuidava. Ele dificilmente falava conosco de si e nós não o conseguimos ajudar em tempo, o que foi uma grande pena.
Embora pudéssemos perceber que ele sofria, não poderíamos pressentir que isso o estivesse minando fisicamente a ponto de caminhar para esse desfecho. Agora só nos resta pedir a Deus por ele.
Os filhos haviam dado a ele uma passagem de ida e volta para os Estados Unidos, para conhecer a Disney e as coisas ali em seu entorno. Coisa que ele desejava muito mas, infelizmente, na véspera do dia de seu embarque, a vida se foi.
Esta foto foi tirada em julho de 2011, mês anterior ao do seu falecimento. Aparentava estar bem de saúde, porém era só na aparência...
Foto feita pelo Guilherme em 2009, frente ao quartel dos bombeiros de Chicago, quando os dois foram dar um passeio nos Estados Unidos. Foi a sua primeira viagem para lá e ele estava tão contente porque o filho o levou.


quinta-feira, 25 de abril de 2013

Um dia vivido lá no passado

Era uma manhã daquelas de 1948, se não me engano, em que eu ia para o ginásio - note-se que não era uma praça de esportes e sim uma escola - com o sol começando a aparecer. Eu acho que estávamos ainda na estação do inverno, em que os dias eram ainda bem curtos.
Eu descia a estrada, hoje Avenida Dr. Simão, estava pela altura de onde é hoje a saida da rua que leva ao hotel Beira Rio. Descia tranquilamente no toque toque do meu velho cavalo tordilho, que era o meu meio de transporte para ida e volta da escola.
De repente ouvi um estalido parecido com um tiro de espingarda. Esquisito! Ali não era lugar de ninguém estar caçando de manhã. Certo que do lado direito era uma chácara de jabuticabeiras... Mas ninguém iria dar tiros por ali...
Eu descia por aqui (agora só é subida)
Desci mais um pouco e vi um corre-corre dos operários que eperavam para entrar em serviço na Usina de Luz e Força Santa Cruz, a uns cento e cinquenta metros à frente de onde eu estava. Vi um pular o muro da seção de transformadores com uma vara comprida de bambu e começou a empurrar um corpo que pegava fogo junto ao transformador de saída de uma linha que diziam ser de 66 mil volts que ia pelo vale do Paranapanema abaixo e diziam que ia para o norte do Paraná.
Do outro lado da ponte vinha correndo e gritando e se descabelando uma mulher que morava numa casinha ali na cabeceira da ponte. Então eu me dei conta do acontecido. Era o marido dela, o Zé Pernambuco, o centro da tragédia.
O chão estava úmido e ele, de chinelos, com um espanador, havia esbarrado ou chegado muito perto de um dos fios do transformador que serviam de condutores de pára-raios para o solo, e havia levado uma descarga elétrica muito violenta. Eu senti o cheiro de carne queimada a exalar no ar - uma coisa que me ficou impressionando por longo tempo.
O homem não morreu ali na hora mas teve, segundo disseram depois, a metade do corpo queimada, e morreu no dia seguinte, 24 horas depois do acidente.
Passei por todo aquele alvoroço e fui para a escola. À tarde quando voltei as coisas já tinham voltado à normalidade.
E a vida continuou no mesmo rítimo de todos os dias.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Passado o furor do carnaval...

Eu não sou contra festas e festejos. Muito pelo contrário. Gosto de ver a alegria estampada no rosto das pessoas, pois parece que a vida em si se torna mais amena. O que eu não gosto é do exagero das coisas, aquela obsecação pela folia que parece liberar todos os caminhos para sua realização.
Há pessoas que se tornam verdadeiros doentes por uma determinada coisa que parece só pensarem naquilo em sua vida quando há tanta coisa em que pensar e com que se preocupar.
Como exemplo estão aí o futebol e o carnaval. No futebol há pessoas que se acham no direito de cometer atrocidades só porque outros não fazem parte do seu time. Declaram verdadiras guerras e muitas vezes levando pessoas à morte de maneira brutal. Fazem desafios mortais.
Pra que tantas violências e tantas agressividades? Já não se trata mais de um esporte um jogo entre duas agremiações "desportivas".
Eu sou pela paz entre todos. Gostaria que as competições esportivas fossem todas realizadas como uma competição sadia e sem rancores de nenhuma das partes. Os próprios jogadores deveriam se menos violentos, pois eles mesmos correm o risco de serem vítimas do próprio ato.
O carnaval também seria muito mais salutar se não fosse uma disputa ferrenha em que todos querem ganhar os primeiros lugares a qualquer custo. Fossem as apresentações feitas com mais naturalidade e sem tantas "apelações" seria uma coisa muito mais saudável.
Talvez eu esteja aqui para muitos falando apenas bobagem mas é aquilo que penso.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Coisas que vêm à mente

Ao abrir o Facebook, num dia destes atrás, deparei-me com uma inserção de uma foto que me remeteu ao final dos anos 60 e início dos anos 70. Minha televisão ainda era preto-e-branco. Eu trabalhava com mecânica de máquinas para escritório e ainda não havia a tv em cores, que eu só vim a comprar em dezembro de 1978, com um pequeno prêmio que ganhei no trabalho.
Meu filho assistia todas as tardes à série "Jeannie é um gênio", da qual ele gostava muito. Eu, às vezes, assistia também, pois as histórinhas eram envolventes.
 
 
Acima estão os astros da série, Bárbara Eden (Jeannie) e o Larry Hagman, que todos os dias estavam na telinha para nos divertir com suas peripécias.
Saudades. Muitas saudades.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

... etc...

Estou sem inspiração.
Qualquer hora escreverei algo.
...
Não precisou inspiração, pois apareceu no Facebook este vídeo que se segue abaixo:



Isto é coisa de provocar riso até nas pedras...

Pandemia e pandemônio

Já faz um tempino que não coloco nada no meu blog. Preciso dar uma arualizada nele. Mas agora eu fico até "aperriado" devido a ...