quarta-feira, 30 de junho de 2010

Uma tempestade no caminho de volta

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Vinha o gajo da escola para casa, já bem à tarde, montado em seu matungo tordilho. No horizonte, do lado poente, levantavam nuvens escuras e enormes que começavam a se retorcer pelo vento qual dragões em luta no espaço. Como ele já havia tomado a estrada não mais iria voltar para se abrigar em algum lugar da Vila Tibiriçá para esperar passar o furor da tempestade que se avizinhava.
Aproximava-se do campo de aviação em que havia um hangar que daria abrigo. Porém pela ventania que começava a enfurecer ele resolveu seguir adiante. Aquele hangar já havia sido destelhado há algum tempo e mesmo um pequeno avião havia sido arrancado do solo onde se encontrava amarrado e fora lançado para o outro lado da estrada. O medo falou mais alto.
No trotar do cavalo andou mais uns duzentos metros e começaram os primeiros pingos a cair de encontro com o seu caminhar. Foram se intensificando e de repente o cavalo parou e se encostou do lado de um barranco alto e ficou com a cabeça voltada para o lado de quem voltava no caminho, dando as costas para a chuva.
Ele estendeu um ponche que tinha sobre as costas e tinha na cabeça um "Tim Capacete" que o ajudava a se esquivar da chuva. E a chuva aumentou por uma questão de uns de minutos. Tudo ficou escuro como se fosse noite. Os relâmpagos clareavam tudo e os raios cruzavam o espaço naqueles zigue-zagues que só eles fazem. O ruido da chuva a cair só era alterado pelo estouro dos trovões que ecoavam pelos vales a fora.
A enxurrada chegava à metade das patas do cavalo que não se movia e mantinha a cabeça baixa enquanto a chuva caia a toda carga.
Passados esse mais ou menos dez minutos as nuvens foram se afastando para o leste e o vento cessou. Num movimento quase automático o cavalo levantou a cabeça e se virou para a estrada, no sentido do caminho de casa, e começou a caminhar no seu trotar de sempre.
Foi mais uma daquelas tempestades de primavera. Do lado do poente o céu ficou dourado e ainda proporcionou um belo entardecer.
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Por do sol em Piraju

sexta-feira, 25 de junho de 2010

É triste mas é isso que acontece

Olha! Fala-se muito em final dos tempos, fim do mundo...
Isto já começou há muito. O Apocalipse já está em curso. Acontece aos nossos olhos. Da maneira que vemos a devastação dos terremotos, tsunamis, vulcôes, tempestades, enchentes, furacões, dá para crer que já sejam acontecimentos do Apocalipse.
As familias todas se desfazendo. Pais, filhos, irmãos, cunhados, ninguém mais se entende. Está tudo virando pelo avesso. Os filhos não levam mais em consideração se os pais existem e fazem o que lhes dá na idéia de fazer, sem medir as conseqüências. Acham que estão certos, têm o direito e acabou. O homosexualismo está escancarado. Mulheres querendo ser homens e homens querendo ser mulheres. Dizem que é porque isso sempre existiu. Eu até acredito, mas agora está em proporções gigantescas.
Só pode ser isso daí mesmo. O mundo está completamente desgovernado.
Na hora em que o Dono resolver por ordem na casa e colocar tudo nos devidos lugares é que eu quero ver quem vai dançar a valsa ou dançar o tango, ou o que quer que seja, muito bem dançado.
É so aguardar pelo balançar de peneira e ver o que vai sobrar disso tudo. Eu creio que sobrará bem pouco.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Uma manhã de setembro

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Com a chegada desta onda fria neste fim de maio e início de junho veio-me à lembrança uma manhã lá nos idos de 1953. Somente que lá era uma manhã de setembro. Amanheceu um frio daqueles. A gente olhava para a relva ao nível do chão e via tudo branco como se estivesse tudo coberto com flocozinhos de algodão.

Para minha não alegria, verifiquei que as vacas haviam fugido do pasto e derrubado a cerca da divisa do sítio e passado para o sítio do vizinho. E lá vou eu correr pelos matos cobertos de geada para recolhê-las.

Aquela vegetação alta de onde havia no ano anterior uma plantação de milho batia na altura do peito e quando eu passava esfacelava aqueles flocos de gelo e a minha roupa em poucos minutos se tornou encharcada de água gelada.

Depois de correr uma meia hora e conseguir levar as vacas para o lugar devido, eu parei. “Tremia como vara verde” – o que até hoje eu não sei o porque dessa expressão. Não sei se vara verde alguma vez treme. Mas o fato é que eu tremia que parecia até doer o corpo de frio. Eta setembro danado! Nunca passei frio como naquela manhã.

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Pandemia e pandemônio

Já faz um tempino que não coloco nada no meu blog. Preciso dar uma arualizada nele. Mas agora eu fico até "aperriado" devido a ...