quinta-feira, 30 de julho de 2015

Tempestade de verão

Numa daquelas tardes em que eu voltava da escola, no passo a passo do meu velho tordilho, já ao sair das últimas casas da cidade e começar a estrada, formava do lado nordeste, quase à minha frente uma grande tempestade.
Aos poucos, à medida que avançava no caminho, aquelas nuvens arrastadas pelo vento pareciam vir a se contorcer qual uma luta de dragões furiosos. Aos poucos tudo se encobriu e a água desceu aos cântaros.
A chuva batia de encontro e o meu cavalo parou e se virou de costas para a mesma. Encostou ao barranco da estrada, que era alto de ambos os lados, como que movido pelo instinto de se proteger. Eu estava provido de uma capa-ponche que não era lá muito grande coisa, mas que por pouco tempo suportaria a água que caia dos céus com vontade. A enxurrada num instante se formou e, como estávamos na lateral da estrada, passava à altura da metade das patas do cavalo.
Naquilo, como estava olhando para o lado de onde eu vinha, vi as telhas de zinco de um hangar que voavam por cima da estrada. que passava ao lado de um campo de aviação.
De uma outra feita, arrancara as amarras que seguravam um pequeno avião ali estacionado e o arremessara para o outro lado da estrada.
Passados alguns minutos, amainou-se a fúria do vento e a chuva cessou. Meu cavalo, como que por um instinto se voltou e começou a andar no rumo de casa. Olhando lá na frente, vi um cavaleiro que vinha em nosso encontro. Era meu pai que preocupado comigo, pegara seu cavalo e vinha me encontrar.
Num instante logo o céu se aclarou e o sol voltou a brilhar como se nada houvesse acontecido.

Nenhum comentário:

Pandemia e pandemônio

Já faz um tempino que não coloco nada no meu blog. Preciso dar uma arualizada nele. Mas agora eu fico até "aperriado" devido a ...